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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Voando Alto: Um Dia de Pipa e Memórias em São Paulo




Voando Alto: Um Dia de Pipa e Memórias em São Paulo


Era um domingo ensolarado em São Paulo, e as ruas estavam tranquilas, um contraste bem-vindo à habitual agitação da metrópole. Na Zona Norte da cidade, no Parque da Juventude, Clara e seu pai, Paulo, estavam se preparando para um dia especial.

Clara tinha sete anos e um sorriso que iluminava o rosto de qualquer pessoa que a visse. Ela segurava com firmeza a mão de seu pai enquanto caminhavam em direção ao campo aberto do parque. Paulo, um homem de trinta e poucos anos, exalava uma mistura de entusiasmo e nostalgia. Ele havia prometido a Clara que iriam soltar pipa juntos, algo que ele mesmo fazia quando era criança.

Com uma mochila cheia de apetrechos, eles encontraram um bom local para começar. Paulo se ajoelhou no chão, tirando cuidadosamente a pipa da mochila. Era uma pipa colorida, com cauda longa e fita brilhante, feita por Clara e ele algumas noites antes. Clara assistia com olhos arregalados enquanto Paulo montava a estrutura da pipa, ajustando cada detalhe com cuidado e explicando cada passo para ela.

“Papaisinho, como você aprendeu a soltar pipa?” Clara perguntou, sua curiosidade infantil brilhando em seus olhos castanhos.

“Meu pai me ensinou quando eu tinha a sua idade,” respondeu Paulo, sorrindo ao se lembrar das tardes passadas com seu próprio pai. “É uma tradição que eu quero continuar com você.”

Com a pipa montada e a linha pronta, Paulo deu a Clara a honra de segurá-la enquanto ele se afastava, desenrolando a linha. “Está pronta?” ele gritou de volta, recebendo um entusiástico aceno de cabeça como resposta.

Paulo começou a correr, incentivando Clara a fazer o mesmo. A pipa inicialmente hesitou, depois subiu rapidamente, dançando no vento de São Paulo. Clara soltou um grito de alegria, seus olhos brilhando com a emoção da conquista.

Eles passaram horas ali, ajustando a pipa, observando-a subir e descer. Paulo ensinava a Clara como sentir o vento, quando puxar a linha e como deixá-la ir. A menina se mostrava uma aluna atenta, absorvendo cada detalhe com entusiasmo.

“Pai, olha como ela está alta!” exclamou Clara, apontando para a pipa que agora voava majestosa contra o céu azul.

Paulo observava com um sorriso orgulhoso. “Você está fazendo um ótimo trabalho, minha filha.”

Enquanto a tarde avançava, as cores do céu começavam a mudar, pintando a cidade com tons de laranja e rosa. Eles se sentaram na grama, ainda segurando a linha da pipa, que dançava no alto.

“Papaisinho, você acha que mamãe está vendo a gente?” Clara perguntou, sua voz suave e pensativa. A mãe de Clara havia falecido quando ela era muito pequena, e Paulo sempre se esforçava para manter a memória dela viva em suas histórias e atividades.

Paulo olhou para o céu, respirando fundo antes de responder. “Eu acredito que sim, Clara. Acho que ela está olhando para nós e sorrindo, muito orgulhosa de você.”

Clara sorriu, sentindo-se confortada pelas palavras do pai. Eles continuaram ali, em silêncio, apreciando a companhia um do outro e o simples prazer de ver a pipa flutuar no ar.

Quando o sol finalmente começou a se pôr, Paulo e Clara começaram a recolher a pipa. Paulo mostrou a Clara como enrolar a linha cuidadosamente para que não se embaraçasse. “Vamos levar a pipa para casa e guardar para a próxima vez,” disse ele, acariciando o cabelo de Clara.

“Eu mal posso esperar, papaisinho,” respondeu Clara, abraçando o pai. “Foi o melhor dia de todos!”

Enquanto caminhavam de volta para casa, Clara não conseguia parar de falar sobre a pipa e o que aprendera. Paulo a ouvia com atenção, sentindo-se grato por aqueles momentos preciosos. Ele sabia que criar memórias como aquela era a essência de ser pai, proporcionando a Clara não apenas diversão, mas também ensinamentos e tradições que ela carregaria consigo para sempre.

Ao chegarem em casa, Clara estava exausta, mas radiante. Paulo a ajudou a tomar banho e a preparar-se para dormir. Quando a colocou na cama, Clara segurou a mão do pai e disse: “Obrigado por hoje, papai. Eu te amo.”

Paulo beijou a testa da filha, seus olhos cheios de amor e gratidão. “Eu também te amo, minha menina. Durma bem.”

Ele apagou a luz e fechou a porta do quarto de Clara, sentindo-se satisfeito e com o coração cheio. Naquele dia, soltando pipa no céu de São Paulo, eles não apenas brincaram, mas também fortaleceram os laços que os uniam, criando memórias que ambos guardariam para sempre.


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A Equipe Blog Mercado dos Moshe



Viagem aos Céus: Memórias de Soltar Pipas na Infância

 


Viagem aos Céus: Memórias de Soltar Pipas na Infância



Quando fecho os olhos, sou imediatamente transportado para os dias dourados da minha infância, quando soltar pipas era mais do que um simples passatempo — era uma aventura que me conectava ao céu e ao vento. Acordar cedo, sentir o frescor do orvalho matinal e correr para o quintal com uma pipa colorida na mão era o prelúdio de dias repletos de liberdade e alegria.

Meu primeiro encontro com uma pipa foi de grande alegria. Eu devia ter uns seis anos, ainda pequeno, mas cheio de curiosidade e energia. Meu avô, um artesão habilidoso, passava horas confeccionando pipas com uma precisão meticulosa. Seus dedos calejados moviam-se com graça e habilidade, cortando o papel de seda e moldando a estrutura de bambu. Eu observava fascinado, cada movimento gravado em minha memória como uma doce lembrança.

Finalmente, veio o grande dia. O céu estava claro, sem nuvens, e uma brisa suave soprava constantemente, o cenário perfeito para meu primeiro voo. Meu avô e eu caminhamos até um campo aberto nos arredores da nossa casa. Ele segurava a pipa com uma mão e a linha com a outra, e me ensinava pacientemente os segredos para um lançamento bem-sucedido.

"BenYah-El", ele dizia, "soltar pipa é uma arte. Requer paciência e precisão. Você precisa sentir o vento, deixá-lo guiar a pipa, não forçá-la."

Com o coração acelerado e os olhos brilhando de expectativa, segui suas instruções. Lentamente, fui liberando a linha, sentindo a pipa ganhar vida conforme se afastava de mim. Houve um momento de tensão, um breve instante de incerteza, mas então ela subiu, dançando graciosa no ar. A sensação de conquista foi indescritível. Era como se eu também estivesse voando, livre de todas as amarras.

Conforme os anos passaram, soltar pipas tornou-se uma tradição constante. No bairro, éramos um grupo de meninos e meninas, todos ansiosos por brincar. Cada pipa tinha uma personalidade própria — algumas eram rápidas e ágeis, enquanto outras flutuavam majestosamente. Havia também as competições amistosas, onde o objetivo era cortar a linha das pipas adversárias. Era um jogo de estratégia e habilidade, onde cada movimento era crucial.

Lembro-me especialmente de uma pipa que eu mesmo fiz. Era uma obra-prima de improvisação, feita com pedaços de papel colorido que encontrei em casa e reforçada com hastes de bambu. Levei dias para finalizá-la, ajustando cada detalhe com cuidado. Quando finalmente a lancei ao ar, a sensação de ver algo que eu mesmo havia criado alçar voo foi incrivelmente gratificante.

No entanto, soltar pipas não era apenas sobre competição ou técnica. Havia uma profunda conexão com a natureza. Sentir o vento em meu rosto, ouvir o farfalhar das folhas e observar as nuvens passarem enquanto a pipa dançava no céu era uma forma de meditação. Era um tempo para refletir, sonhar e deixar a imaginação correr solta. Muitas vezes, deitado na grama, olhava para o alto e imaginava histórias fantásticas, onde as pipas eram navegadores dos céus, explorando mundos desconhecidos.

Também havia lições importantes a serem aprendidas. Cada vez que uma pipa caía, era uma oportunidade para aprender sobre resiliência. Levantar, consertar e tentar novamente faziam parte do processo. Aprendi que o fracasso era apenas uma etapa do caminho para o sucesso, uma lição que levo comigo até hoje.

A amizade também florescia nesses momentos. As tardes no campo eram cheias de risos, conversas e camaradagem. Compartilhávamos truques, ajudávamos uns aos outros a resolver problemas e comemorávamos juntos cada sucesso. Esses laços, forjados ao sol e ao vento, eram inquebráveis.

Com o tempo, as responsabilidades da vida adulta começaram a ocupar mais espaço, e as pipas foram gradualmente ficando em segundo plano. No entanto, as memórias daqueles dias permanecem vivas, uma lembrança constante de uma época mais simples e pura. De vez em quando, quando vejo uma pipa no céu, sou transportado de volta a essas tardes de verão, e um sorriso inevitável surge no meu rosto.

Soltar pipas na infância foi mais do que uma brincadeira; foi uma experiência formativa que me ensinou sobre paciência, resiliência, amizade e a beleza da humildade. Essas lições, aprendidas sob o vasto céu azul, são tesouros que carrego comigo, eternamente grato por esses momentos de minha juventude.

E assim, sempre que vejo uma pipa dançando no céu, lembro-me de que, apesar de tudo, ainda há alegria no mundo, e que, por um breve momento, tive o privilégio de tocar o uma doce lembrança.

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Brincadeiras ao Vento: Memórias de Pipas e Canções

 



Brincadeiras ao Vento: Memórias de Pipas e Canções

Era um dia ensolarado de verão, típico de dezembro no interior do Brasil. As férias escolares tinham acabado de começar e, com elas, a liberdade de dias inteiros dedicados a brincadeiras ao ar livre. Na pequena cidade onde cresci, os campos eram vastos e os céus, infinitos. A paisagem, verde e dourada, parecia convidar-nos para aventuras sem fim. Entre todas as diversões, soltar pipas era a minha favorita.

Logo pela manhã, antes mesmo do sol atingir seu auge, eu e meus amigos já estávamos reunidos no terreno baldio que se estendia além das casas. Carregávamos nossas pipas feitas à mão, cada uma mais colorida que a outra, adornadas com fitas que dançavam ao sabor do vento. Havia algo de especial na preparação dessas pipas; escolhíamos cuidadosamente o papel, as varas de bambu, e as linhas, que eram enroladas com tanto cuidado quanto a tecelagem de um sonho.

Enquanto nossos pés corriam pela grama, tentando alcançar a brisa perfeita para levantar nossas criações, um som familiar preenchia o ar: o rádio portátil de Pedro, nosso amigo mais velho, sempre presente nas nossas aventuras. Ele carregava consigo uma seleção de fitas cassete que variavam entre os clássicos brasileiro e os ritmos da MPB. Cada música parecia sincronizar-se perfeitamente com o movimento das pipas, criando uma trilha sonora inesquecível para nossos voos juvenis.

O vento forte a carregava para longe, desenhando curvas e círculos no céu, como se estivesse dançando ao som da música. Aqueles momentos, simples e livres, pareciam encapsular a essência da felicidade.

Enquanto corríamos para evitar que as linhas se entrelaçassem, a música mudava. A melodia suave e introspectiva contrastava com a nossa energia, trazendo um toque de serenidade ao nosso pequeno caos. À medida que a tarde avançava, a luz do sol começava a dourar o horizonte, e as pipas, agora bem alto, pareciam pequenos pontos coloridos flutuando em um oceano de tons alaranjados.

Numa pausa, sentamos todos na grama, as pipas amarradas em paus cravados no chão, balançando suavemente ao ritmo do vento. Pedro, sempre com um sorriso travesso, aumentou o volume do rádio, e começou a tocar. Rimos ao lembrar das letras, imaginando como seria crescer e viver histórias tão complexas e divertidas como a da música. Para nós, crianças no auge da inocência, o futuro era um campo aberto de possibilidades, tão vasto quanto o céu que acolhia nossas pipas.

Essas lembranças de pipas e música se tornaram tesouros em minha memória. Elas representam mais do que apenas um passatempo; são símbolos de uma infância cheia de alegria, amizade e liberdade. Sempre que ouço aquelas músicas ou vejo uma pipa no céu, sou transportado de volta àqueles dias ensolarados, quando tudo parecia possível e o céu era o limite.

Com o cair da noite, nossas mães chamavam-nos de volta para casa, a voz delas cortando o ar já fresco da noite que se aproximava. Recolhíamos nossas pipas com cuidado, como se guardássemos preciosidades. Cada um voltava para sua casa com um sorriso no rosto e o coração leve, carregando as memórias de mais um dia inesquecível.

Hoje, ao olhar para trás, percebo que aqueles dias de pipas e música moldaram quem eu sou. Eles me ensinaram a valorizar os momentos simples e a encontrar alegria nas pequenas coisas. A cada verão, quando o vento começa a soprar mais forte, eu pego minha velha pipa, agora um pouco desgastada pelo tempo, e volto a soltá-la. E assim, ao som das mesmas canções que embalaram minha infância, reviver daqueles dias dourados, sentindo que, de certa forma, nunca deixei de ser aquele garoto correndo pelos campos, com os pés descalços e o coração cheio de sonhos.


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